Red Bull confirma saída de Newey e encerra casamento de quase 20 anos na Fórmula 1

Um dos casamentos mais longevos da Fórmula 1 vai chegar ao fim. Chefe técnico da Red Bull, Adrian Newey optou por deixar a atual equipe campeã de Construtores e vai se afastar das atividades na principal categoria do esporte a motor. Nesta quarta-feira (1), a esquadra dos energéticos anunciou que o chefe de engenharia realmente vai se afastar das funções de design da F1 para voltar seus esforços para o desenvolvimento do RB17, primeiro hipercarro dos austríacos. Newey vai seguir na função até o projeto ser concluído.

Newey faz parte do grupo desde 2006 e se tornou um dos pilares da Red Bull, ao lado de Christian Horner e Helmut Marko. A parceria rendeu vitórias e títulos ao longo deste tempo e fez dois campeões mundiais, em Sebastian Vettel e Max Verstappen.

“Por quase duas décadas, foi uma grande honra ter desempenhado um papel fundamental no progresso da Red Bull, que foi de novata a equipe vencedora com vários títulos. No entanto, sinto que agora é um momento oportuno para procurar novos desafios para mim. Os estágios finais de desenvolvimento do RB17 estão chegando, então, pelo restante do meu tempo com a equipe, meu foco estará lá”, apontou Adrian no comunicado publicado pelo time taurino.

“Gostaria de agradecer às muitas pessoas incríveis com quem trabalhei na Red Bull em nossa jornada nos últimos 18 anos por seu talento, dedicação e trabalho duro. Foi um verdadeiro privilégio e estou confiante de que a equipe de engenharia está bem preparada para o trabalho de evolução final do carro no período de quatro anos deste regulamento”, completou Newey.

Horner, chefe da Red Bull e que teve Adrian como um braço direito dentro da equipe, enalteceu a carreira do engenheiro e agradeceu por todos os esforços ao longo dos últimos anos.

“Todos os nossos melhores momentos dos últimos 20 anos vieram com a mão de Adrian na parte técnica. Sua visão e brilhantismo nos ajudaram a conquistar 13 títulos em 20 temporadas. Sua excepcional capacidade de conceituar além da F1 e trazer inspiração mais ampla para o design dos carros, seu notável talento para abraçar mudanças e encontrar as áreas mais gratificantes das regras para se concentrar, e sua vontade incansável de vencer ajudaram a Red Bull para se tornar uma força maior do que acho que Dietrich Mateschitz poderia ter imaginado”, enalteceu o chefe da Red Bull.

“Mais do que isso, os últimos 19 anos foram muito divertidos. Para mim, quando Adrian ingressou na Red Bull, ele já era um designer consolidado. Duas décadas e 13 campeonatos depois ele sai como uma verdadeira lenda. Ele também é meu amigo e alguém a quem serei eternamente grato por tudo que trouxe para nossa parceria. O legado que ele deixa ecoará pelos corredores de Milton Keynes e o RB17 será um testemunho e legado adequado ao seu tempo conosco”, finalizou Horner.

De acordo com a revista alemã Auto Motor Und Sport, Newey ficou bastante incomodado por conta da queda de braço pelo controle da companhia entre Christian Horner/divisão tailandesa e Helmut Marko/divisão austríaca. E, sem querer se envolver, se sentiu cada vez mais escanteado do projeto da F1 para cuidar do hipercarro RB17. Newey, porém, ainda quer trabalhar com a F1. Embora não passe mais todos os dias no escritório atualizando o carro da Red Bull, como fez no passado, ainda é quem assina os projetos finais e define conceitos.

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Aos 65 anos, Newey é considerado por muitos como um dos melhores engenheiros projetistas da história da Fórmula 1. Logo após se formar na Inglaterra em 1980, Adrian teve o primeiro contato com esporte por meio da equipe idealizada pelos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1, que teve no corpo técnico nomes de peso como o brasileiro Ricardo Divila e o britânico Harvey Postlethwaite. Mais tarde, em 1988, liderou um projeto mais competitivo na modesta equipe March, acompanhando a transição do time para Leyton House. Em 1991, se transferiu para a Williams, onde começou a ter a fama reconhecida pelos projetos que foram campeões mundiais em 1992, 1993 e 1996. Foi também pela esquadra de Grove onde passou pelo pior momento da carreira, com a morte de Ayrton Senna.

Em 1997, se transferiu para a McLaren, onde ajudou o time a quebrar um jejum de vitórias que durava há 4 anos. Na temporada seguinte, em 1998, viu Mika Häkkinen levantar o primeiro título mundial da carreira, feito que se repetiu em 1999. Depois de uma tentativa frustrada de saída para a Jaguar em 2001, Newey desembarcaria em Milton Keynes em 2006. Agora, a equipe já era Red Bull e trouxe o projetista a preço de ouro. Com ele, veio o tetracampeonato de Sebastian Vettel entre 2010 e 2013, além da atual sequência de títulos de Max Verstappen, entre 2021 e 2023.

A Fórmula 1 retorna de 3 a 5 de maio para a disputa do GP de Miami, o primeiro de três que acontecem nos Estados Unidos na temporada 2024.

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